Mãe de garoto autista denuncia que motorista de alternativo na Grande Natal pediu para ela e o filho se retirarem porque estava incomodado

O motorista de uma van da linha 1 do transporte Interbairros de Parnamirim, na Grande Natal, pediu para que um garoto autista de 5 anos e a mãe dele se retirassem do veículo porque ele estava se sentindo incomodado com uma crise do menino. A denúncia é da mãe do jovem, a dona de casa Tainá Pereira da Silva, que mora em Parnamirim.

Segundo Tainá, o caso aconteceu logo depois que o filho dela – que se chama Anthony – saiu da escola.

Em entrevista à TV Tropical, a dona de casa contou que foi pegar o garoto para levá-lo para casa e subiu em um alternativo da linha 1. Como a van estava cheia, o filho dela se recusou a entrar, mas acabou seguindo viagem. Durante o percurso, o menino estava acuado e se posicionou perto da porta, em uma típica crise de ansiedade manifestada em autistas.

“Como ele não queria entrar naquele ambiente, ficou recuado, ficou na parte da porta. O motorista não gostou. Parou o carro e disse que, se ele continuasse se comportando daquela forma, que era para a gente se retirar do carro. Que não dava para continuar assim, porque atrapalhava o trabalho dele”, contou a mãe de Anthony.

A mãe ainda tentou explicar ao motorista que o filho dela é autista. O condutor respondeu, segundo ela: “Não tenho culpa. Se ele é assim, não é para você estar andando com ele. Tem que aprender a educar ele”.

Tainá relata, ainda, que o motorista teria seguido viagem, mas logo depois freado bruscamente, o que fez com que mãe e filho caíssem dentro do alternativo.

Ela lembra que não é a 1ª vez que é vítima de preconceito, mas lamenta a postura do motorista. “Não é a primeira vez. Já foram várias situações. Mas a gente nunca espera, nunca sabe como agir. Muita humilhação. Ninguém merece ser expulso de um lugar público só por ser como ela é. Meu filho merece viver em sociedade. Não é porque meu filho é autista que não pode andar em transporte público”, finaliza.

Em nota, a Prefeitura de Parnamirim disse que não compartilha com esse tipo de atitude, que vai tentar identificar o motorista e que vai apurar a situação.

Em Parnamirim, segundo a Associação de Pais e Amigos de Autistas, há 343 crianças com diagnóstico fechado de autismo.

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